segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quem ama um poeta

Ao amar um poeta, tome cuidado! O amor doado pode ser diminuto em relação aquele recebido; quem acha que ama demais, às vezes não merece e não entende o que é ser amado por alguém que idealiza o amor. A mulher que não sabe amar, não merece um poeta.
Todo mundo, em uma determinada parte da vida, é poeta de si mesmo.
Sobreviver num mundo moderno como este em que vivemos, só sendo poeta ou muito corajoso para sobreviver de inverdades (sonhos) num mundo cheio de coisas descabidas.
Essa medida que (des)cabe no sonho, é a ausência sentida na vida.

Resposta

Eu não exijo respostas de ninguém que amo.
Tudo que um poeta pensa, idealiza e escreve já estava pré-concebido.
Não é preciso ser bem amado para ser poeta, pelo contrário; a inspiração se purifica no sofrimento.
Em qualquer plano material isso seria contraditório, mas não para a poesia: A poesia é a metrificação do que se sente, e usalmente, daquilo que é traduzido pelo poeta.
Por isso não exijo respostas de ninguém que amo ou poetizo.
O sorriso das pessoas já é uma bela resposta.

Sobre as mulheres.

"É preciso exaltar as Damas que amam, Elas são as 'verdadeiras' mulheres. Elas são parte de um mundo que não é real. Não iremos casar com elas (quase nunca) e talvez não as encontremos no mesmo plano de corpo e espírito, mas toda vez que as exaltarmos, ainda que só na teoria, estaremos concordando com a sua existência"

quarta-feira, 13 de maio de 2009

"A arte do sonho"

Meu sonho é divino
E meu desejo; profano.
Meu coração um menino
Frágil e que vive sonhando

Meu sonho é bonito
Descarnado tem sabor
Cria até ânsia nos ossos
É a vontade de verbalizar o Amor

Não quero alma alheia
Já tenho a minha pra causar
É tanta dívida rolando
que o corpo não vai suportar
Mas quero ver essa explosão
O desassossego de cada olhar
pra desconstruir, pra revelar
Eu quero a verdade de vida
de quem nem tudo aceita
E teima sempre em dizer não

Meu sonho é infinito
Desalmado de pavor
Tem malícia no meio dessa pureza
Que sóvê beleza em cada amor

"Aquele seu sabor"

Seus abraços cabem fácil
Caem feito laços nos meus
Mais do que abraços, quero eu os traços
que amarram meus amores aos seus

Não seja só elegante
Seja amante (suficiente)
Sejamos então importante
Só com quem se importa com a gente

Suas pernas dão bom fruto, tem gosto de sentimento
Me dão sombra e alimento
É o que seu sabor cria raízes
Pois somos felizes no mesmo momento

Não esteja distante
Seja a razão do meu coração descrente
Nossas horas pararam no mesmo instante
Nosso amor é onipresente.

"A estação"

Como descrrever um desejo
Roubar um beijo descabido
Se meu sonho é só ficção
E pra você, ele não faz sentido

Tudo porque a palavra não é criação
Ela só externa uma idéia
que muitas vezes não tem tradução
Quem quer falar, nada diz
Quer ser feliz só de sentir
Não ponha nos meus risos
Se tua intenção não é fazer sorrir

Como realizar o imaginário
Se o sonhador não embarcou no horário
Errou de nome, parada e estação
É o que o sonho verdadeiro dá trabalho
Dizem que é carga demais pra pouco vagão

Como descrever um sentido
Se vivo no seu mundo tão perdido
Ministrar doses de um veneno doído
que na verdade é cheio de boa intenção
"É que não dá pra ser caminho
se teu desvio vai pra outra direção"

"A macieira"

Porque o coração, ah o coração!
Não tem noção de belo
Parece deturpado, quase cego
Não sabe dizer bem o que vê
Só tende a gritar o que sente
(Insiste em amar você)
Imagina que casebre é castelo
Condena sem julgamente o inocente

Toda madrugada faz a noite enlouquecer
Quer que ela se jogue junto à multidão
Todo ego morre de vontade
De namorar o que conjunto
mas logo sente saudade
de adorar a solidão.
Porque o coração só quer Idade Média
custa a saber o que é luz e o que é razão
Todo ser quer a maçã do topo
mas não consegue sustentar-se com as próprias mãos
Pois talvez pesa demais carregar tanta pretensão.

"Senhora" (Dama do Amor)

Senhora minha, digo que és minha por pensais
que tu viveste em tudo no mundo meu
Meu coração não imaginas tu em outros braços tais
Se não os meus abraços infindos com os teus

Ó bela e rara vestimenta de meus estendais
Ora, no amor sempre negas que sofreu
Viste a rosa portentosa e tantos perfumes banais
Da perfeição, só sentiste mesmo o amor que fora meu

segunda-feira, 11 de maio de 2009

"Meu inferno"

Casas de praia, palafitas e estendais
Índios, brancos e metrópoles decadentes
Mangue, mata, sangue de ancestrais
Correndo nas veias de crianças inocentes
Apartamentos, roupas e varais
Livros, carros e provérbios levianos
Sentimentos misturados, desiguais
Um vão entre o sagrado e o profano
Mito de amor cortês
que deixamos sempre pra trás
Meu céu é cheio de estrelas
Beijos, caravelas e paixões
Sempre acontece quando preciso vê-la
Jogo de cartas marcadas, segundas intenções
Meu inferno é dizer adeus
para quem nunca quis partir
Um dia queira Deus
todos os meus erros assumir
Em nome de um caso tão digno
Eu sou o Amador que vive a respirar
Amor em todas as formas, pessoas e signos...

"Mito e Intuição"

Estou convencido de que nada me convence
Tudo na vida pode ter dois sentidos
E se e o amor a tudo vence, eu sou vencido
Nenhuma teoria descontrói o que tenho vivido
Eu vivo um mito de amor romântico
que lirismo ocidental nenhum satisfaz
Meu sentido de paixão existe
É um caminho que sua estrada traz
São quartos, fábricas e histórias
Deuses persistindo na memória
Dizendo que você precisa ser feliz
Estou pensando em me mudar
Mas me mudar pra onde,
se pro pensamento qualquer momento é lugar?
Estou convencido de que nada me convence mais
Tudo que miro pro futuro
Repousa no amor que deixei pra trás!
Mas é só intuição...